São Paulo Ocupada

SÃO PAULO OCUPADA
Uma cartografia das juventudes insurgentes na cidade de São Paulo.
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Aluizio Marino
SÃO PAULO OCUPADA
Uma cartografia das juventudes insurgentes na cidade de São Paulo.
Ocupações culturais na periferia e no centro da cidade, ocupações das escolas, ETEC's, DRE's e fábricas de cultura, jornadas de junho e rolezinhos. Insurgências distintas, mas que possuem pontos comuns, tais como a prática autônoma e o discurso apartidário. Para além de resistências pontuais e isoladas. Caracterizam-se como processos políticos conectados, com exigências e ideias comuns.
Durante a construção da cartografia, que contou com a participação de doze jovens monitorxs culturais, surgiram uma série de questões e memórias, ilustradas no mapa a partir de fotos, ícones e relatos. Dentre algumas análises estabelecidas durante o percurso destacam-se:
- o histórico de ocupações culturais nas periferias, processos consolidados onde coletivos (re)significam espaços públicos ociosos, em alguns dos casos a mais de 10 anos desenvolvendo ações e articulações culturais autônomas;
- a capacidade de articulação dos estudantes secundaristas, que em um período de dois anos ocuparam mais de oitenta equipamentos públicos educacionais e que, ao longo deste tempo, evidenciou uma série de problemas na gestão destes espaços, propondo novas formas de organização como contraponto;
- o fato de que as jornadas de junho iniciaram nas periferias, para então depois ocupar regiões mais centrais, em um processo articulado pelo Movimento Passe Livre - MPL e que contou com a participação ativa de estudantes secundaristas e da juventude autônoma como um todo;
- o questionamento indireto, fruto dos rolezinhos, ao crescente processo de privatização dos espaços, a partir de eventos organizados pelas redes sociais que, devido a surpreendente proporção, evidenciaram questões estruturais: o racismo e as contradições do capitalismo.
Aprendizes De Olho, nas fábricas de cultura do Capão Redondo, Brasilândia e Jardim São Luis - também envolve Arte-Educadorxs em GREVE e coletivos culturais - que questionam o modelo de gestão das organizações sociais de cultura.
As juventudes nos dão respostas, em tempos de crise política que evidencia a incapacidade das instituições atuais. Por exemplo, a auto-gestão da fábrica de cultura do Capão Redondo, e as ocupação de escolas, ETEC's e DRE's, são práticas que evidenciam a necessidade de inverter a lógica da política cultural e educacional, criando condições para que as crianças, jovens, professores e comunidade compartilhem as decisões e questões pertinentes a realidade especifica de cada território.
A cartografia São Paulo Ocupada contou com o apoio da Ação Educativa e do Instituto Pólis. Também contribuíram para a construção da cartografia os pesquisadores Pablo Paternostro e Karina Quintanilha.

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